Nas últimas semanas, a comunidade de moda brasileira esteve agitada diante do surgimento de uma possível nova tendência chamada de Brazilcore. A notícia teve início em um tweet alegando que influenciadores de moda internacionais vinham utilizando a combinação de cores da bandeira do Brasil em suas produções e isso era o início da nova tendência internacional da hora.
Um das traduções possíveis para “core” é “essência”. Ou seja, o “brazilcore” consiste em apresentar a “essência” do Brasil por meio da utilização de símbolos nacionais em roupas e acessórios. Nas fotos que viralizaram, os influenciadores usam camisetas com as cores da bandeira brasileira, chinelos e a camisa da seleção.
A questão é que as cores da nossa bandeira se tornaram assunto. A composição verde, amarelo e azul vem desde o Brasil Império, elas já estavam presentes, assim como o losango, na flâmula de 1822 , ano da Independência, que completa 200 anos dia 7. Na Proclamação da República , em 1889, elas foram reutilizadas. No período da ditadura militar, as cores tiveram uso político, centralizado nas mãos dos governos antidemocráticos.
Desde 2015, elas passaram a ser associadas a diferentes manifestações políticas nas ruas do país. Agora, em ano de Copa do Mundo, nossas cores vão voltar a ter um uso mais democrático e, como símbolo nacional, pertence a toda sociedade. Além disso, a proximidade da Copa do Mundo é um fator que facilita a aderência das cores amarela, azul e verde, ainda mais que a nova camisa da seleção brasileira foi lançada há apenas algumas semanas.
No mundo da moda, celebridades publicaram fotos vestindo roupas com as cores da bandeira do Brasil, e até mesmo a camisa da seleção brasileira de futebol. Estão entre as famosas: Malu Borges, Malu Camargo, Júlia Dantas, Anitta e marcas como Misci e Piña.
O sucesso de posts, memes e produtos após o caloroso debate é uma resposta do público consumidor sobre a futura receptividade da suposta trend. Fica nítido que Brazilcore pode ser a nossa próxima commodity estética.
