Já que estamos entrando na estação oficial do xadrez – o inverno – vamos aproveitar para conhecer um pouco da história dessa padronagem lindíssima que é o Tartan.
Há quase trezentos anos atrás, as famílias nobres do norte das ilhas Britânicas utilizavam um padrão de listras horizontais e verticais que formavam quadrados, a forma com que essas listras se cruzavam e as cores específicas de cada padrão, correspondiam à identidade de cada clã.
Durante o início do século XVIII, os habitantes das montanhas da Escócia desenvolveram um sofisticado código relativo ao vestuário, à cor e aos padrões dos tecidos, com o objetivo de identificar e fortalecer a união de seus clãs. Assim, os highlanders eram um povo nativo que vivia em clãs e usava o célebre Kilt escocês, até que, em 1746, a Batalha de Culloden ocasionaria a proibição de seu uso. Essa proibição do uso do Kilt ou mesmo do padrão em xadrez típico da cultura highlander durou 36 anos, e aconteceu em função da batalha entre os ingleses e escoceses, sendo que essa atitude foi tomada como represália contra a invasão dos highlanders na Inglaterra.
A base dos tartans resulta da tecelagem de fios coloridos da urdidura e da trama que, ao se cruzarem, formam desenhos em ângulos retos. Os blocos resultantes no desenho se repetem nos sentidos vertical e horizontal, fazendo surgir linhas e quadros conhecidos como sett. O Museu Real da Escócia, em Edimburgo, mantém uma exposição com mais de 1.600 tartans diferentes. Com toda essa história e tradição, algumas empresas registram seus próprios desenhos de tartans para a identificação de seus produtos como uísques, fumo para cachimbo, biscoitos, entre outros.
Hoje em dia, o Tartan é uma padronagem de xadrez muito utilizada na moda, especialmente no inverno, trazendo elegância e sofisticação para as mais variadas peças de roupas e acessórios.